quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Tempo presente em discussão na UFS

Olha aí pessoal!
O “Seminário Debates do Tempo Presente: ensino, tecnologias e conflitos” acontece quinta e sexta (05 e 06 de dezembro) na Universidade Federal de Sergipe.  Nove conferencistas – de Santa Catarina, Rio de Janeiro, Sergipe, Pernambuco e Paraíba  e mais de 100 trabalhos inscritos em 9 simpósios temáticos vão fazer do antigo São Cristóvão o município mais “recente” do Brasil.
Confiram a programação e os temas dos simpósios.
Para maiores informações, consultem: http://debates.getempo.org,  eventos@getempo.org
(79) 2105-6387 (79) 3043-6349

PROGRAMAÇÃO

Dia 05 – Quinta-Feira
8h-9h – Credenciamento
Local: Hall da didática 06
9h – Solenidade de abertura
9h30 - Auditório da Didática 06
Conferência de abertura – “Estações das ruas: os conflitos do Tempo Presente em perspectiva comparada” 
Francisco Carlos Teixeira da Silva (UFRJ/IUPERJ) 
Coord. Dilton Maynard (UFS)

14h-18h - Simpósios Temáticos
ST 1 – Auditório de Educação
ST 2+ST 7 – Sala 105, didática V
ST 3 – Não haverá simpósio neste dia
ST 4 – Auditório do Departamento de Letras
ST 5 – Auditório do Departamento de Psicologia
ST 6 – Sala 111, didática V
ST 8-A – Auditório do Departamento de História
ST 8-B – Sala 112, didática V
ST 9 – Não haverá simpósio neste dia

19h-22h – Auditório da didática 06
Mesa Redonda 1: “Tecnologias, Mídia e Tempo Presente” 
- Márcia Ramos (UDESC) 
- Ana Ângela (UFS) 
- Janaína Mello (UFS)
Coord. Marcos Silva (UFS)

Dia 06 – Sexta-Feira
9h-10h – Auditório da didática 06
Mesa Redonda 2 – “América do Sul no Tempo Presente” 
- Rafael Araújo (UNILASSALE) 
- Karl Schurster (UPE) 
- Antonio Elíbio (UEPB) 
Coord. Corival Alves do Carmo (NURI/UFS)

14h-18h - Simpósios Temáticos
ST 1 – Auditório de Educação
ST 2+ST 7 – Sala 105, didática V
ST 3 – Sala de Reunião do Departamento de Filosofia
ST 4 – Não haverá simpósio neste dia
ST 5 – Auditório do Departamento de Psicologia
ST 6 – Sala 111, didática V
ST 8-A – Auditório do Departamento de História
ST 8-B – Sala 112, didática V
ST 9 – Auditório do Departamento de Letras

19h-22h – Auditório da didática 06
Mesa Redonda 3 – “Educação no Tempo Presente” 
- Giselda Brito (UFRPE) 
- Itamar Freitas (UFS) 
- Marizete Lucini (UFS)
Coord. Karla Karine de Jesus Silva (PROHIS/UFS)

SIMPÓSIOS TEMÁTICOS


ST 01 -  “Produção e usos escolares da história do tempo presente”

Coordenador: Prof.Dr. Itamar Freitas (NPGED/UFS)
Local:  Auditório de Educação
Horário:  14h às 18h

Este simpósio temático acolhe resultados de pesquisas que relacionem as expressões “tempo presente” e “usos da história”, sobretudo em sua dimensão escolar. Aqui, reiteramos a nossa preocupação com as diferentes noções de presente, as formas de organização desse presente nos currículos, nos livros didáticos e na historiografia de síntese voltada para o público adulto que fundamenta, em grande medida, a historiografia consumida pelos alunos da escolarização básica no Brasil e no exterior.

 

ST 02 –  História Digital: conceitos, fontes, métodos e experiências

Coordenadores: Prof.Dr. Dilton Cândido Santos Maynard (UFS/DHI)/ Profa. Anita Lucchesi (PPGHC/UFRJ)
Local:  Auditório de Educação
Horário:  14h às 18h

Este simpósio pretende congregar trabalhos que se dediquem a refletir sobre o estudo e a representação do passado a partir de novas tecnologias da comunicação, assim como a produção e a preservação de fontes digitais, considerando as potencialidades dos recursos digitais para a pesquisa e para o ensino da História. Esperamos colaborar para o debate sobre os desdobramentos da emergência dos registros digitais no ofício do historiador e sobre as transformações nas experiências de leitura, acompanhamento e argumentação em torno de questões históricas.

ST 03 – Simpósio Temático Música, Memória e Ditadura

Coordenadora: Profa.Dra. Márcia Ramos Oliveira (PPGH/UDESC)
Local:  Auditório de Educação
Horário:  14h às 18h

O Simpósio Música, memória e ditadura propõe-se a agregar investigações que abordem a música como evocação da memória e dos acontecimentos relacionados aos períodos de fechamento político, especialmente ao regime militar brasileiro (1964-1985). Interessam trabalhos que tratem a canção como referência aos eventos relacionados às ditaduras militares latino-americanas. Canção como documento e testemunho dos períodos de exceção.

ST 04 – Ditadura e Transição Política na América do Sul.

Coordenadoras: Profa. Dra. Cristina Luna (UNEB/GET-UNEB) / Profa.Dra. Priscila Gomes Correa (UNEB)
Local:  Auditório de Educação
Horário:  14h às 18h

O presente simpósio tem como objetivo incentivar a interlocução entre pesquisas que contribuem com o aprofundamento dos debates teórico, metodológico e historiográfico acerca das temáticas ligadas ao estudo das ditaduras e das transições democráticas sul-americanas, no marco geopolítico da Guerra Fria (1947-1989). Nosso intuito é não somente analisar o fenômeno na sua dimensão internacional, mas também possibilitar a compreensão de suas especificidades, através da prática de comparações entre os diferentes processos nacionais. Nesse sentido, estarão em foco questões como: a participação e o apoio da sociedade civil aos regimes autoritários, os movimentos de luta armada e oposição aos governos militares, a cultura como forma de política e protesto. Quanto ao segundo aspecto, os processos de transição democrática, serão analisados a partir de dois modelos explicativos: o da transição por colapso e o da transição pactuada, sendo que ambos guardam relação profunda com o caráter dos regimes liberal-democráticos estabelecidos em seguida nos respectivos países.

ST 05 – História e Literatura

Coordenadora: Profa. Dra Marizete Lucini (NPGED/UFS)
Local:  Auditório de Educação
Horário:  14h às 18h

O simpósio temático História e Literatura propõe-se a acolher trabalhos que discutam aspectos da narrativa histórica e da narrativa de ficção como gêneros que comunicam experiências temporais. Nesse sentido, reflexões sobre romance, cordel, poesia, biografia e contos são aqui compreendidos para além de sua característica documental. Mais que documento, a literatura possibilita ao leitor vivenciar diferentes tempos e personagens históricos em que o comunicado é a experiência humana no tempo. Experiências que podem ser reinterpretadas, permitindo aos leitores estabelecerem relações de pertencimento e de identificação com os textos acessados, bem como permitem aos sujeitos do presente, habitar o passado e transformá-lo em memória. Memória que também o constitui como sujeito histórico no presente.

ST 06 – Guerras, conflitos, revoltas e revoluções no Tempo Presente

Coordenador: Prof.Dr. Karl Schurster V. de Sousa Leão (UPE)
Local:  Auditório de Educação Horário:  14h às 18h
Baixar Programação em PDF:

Este simpósio tem como objetivo um estudo sistemático dos principais processos políticos e sociais, intitulados pela ciência política clássica como guerras, conflitos, revoltas e revolução. Nesse sentido, nosso objetivo está centrado em análises que busquem tratar estas temáticas mediante a teoria da história do tempo presente. O século XX inaugurou a prática de guerras totais, onde os esforços das sociedades se voltariam integralmente para a realização da guerra. Revoltas e revoluções praticamente se imbricaram no século XX e voltam à tona nas suas mais variadas formas no século XXI. Outro ponto de destaque são os conflitos internacionais em sua forma de guerra irregular de quarta geração, atualmente conhecida como guerra ao terror. Através destas discussões e problemáticas, esperamos pesquisas que problematizem e contextualizem tais conceitos através de suas aplicações, não em fatos, mas em processos históricos.

ST 07 –Conflitos Cibernéticos no Tempo Presente

Coordenadores: Profa.Dra.Tereza Cristina Nascimento França (NURI/UFS) /Prof. Ms. Gills Lopes Macedo de Souza (UFPE/Pró-Estratégia)
Local:  Auditório de Educação
Horário:  14h às 18h

O início do século XXI testemunha a difusão em massa da informação através do ciberespaço e, em especial, da Internet. Assim como no mundo real, o virtual também enseja os mais diversos tipos de conflitos. Os inúmeros vazamentos de informações ultrassecretas, por parte do Wikileaks, foram levados em consideração até mesmo pelos principais tomadores de decisão dos Estados Unidos da América. No âmbito das Sociedades em Redes, as infowars/netwars são travadas por integrantes da mídia, do governo e de lobbies. Em meio à crise de representação política que assola várias sociedades do mundo, hacktivistas – como o Anonymous – insistem em lembrar os “governos corruptos de todo o mundo” de que eles não são donos da Internet. Numa corrida frenética, os mais diversos Estados acirram a chamada Guerra Fria Cibernética: buscam prover suas forças armadas não apenas de armas e bombas, mas também de bits e bytes, a fim de se preparem para a guerra cibernética (cyberwar). No tabuleiro da inteligência internacional, nem mesmo o pacífico Brasil ficou de fora da espionagem. Em meio a essa efervescência cibernética, este Simpósio Temático se apresenta, com o intuito de discutir os conflitos cibernéticos (hacktivismo, guerra cibernética e infowar) que, amiúde, têm colocado a Internet no centro dos principais fóruns de debate do tempo presente.

ST 08 –  Patrimônio Cultural e redes de sociabilidades: da etnografia sociológica ao registro digital.

Coordenadores: Profa. Dra. Janaína Cardoso de Mello (NMS/UFS) e Prof. Dr. Clóvis Carvalho Britto (NMS/UFS)
Local:  Auditório de Educação
Horário:  14h às 18h

Os bens culturais assim são classificados à partir do momento em que agregam o valor de patrimônio atribuído pela sociedade (via instituições ou por meio da comunidade civil). Entre tensões e possibilidades de ensino e aprendizagem, o patrimônio cultural material e imaterial têm sido alvo de estudos etnográficos incitando o pesquisador das áreas das Ciências Humanas e Sociais Aplicadas à ir para o campo, imiscuindo-se entre grupos de manifestações populares, analisando estruturas arquitetônicas de igrejasm casarios ou ruínas através de medições e fotografias, entrevistando representantes de religiões afro-brasileiras, registrando festejos cristãos ou a diversidade cultural indígena. O resultado dessas pesquisas mormente resultam em publicações de livros ou artigos, todavia, no tempo presente a utilização tecnológica para elaboração de bancos de dados eletrônicos e sites interativos têm possibilitado o acondicionamento das informações e a expansão de redes de sociaibilidades para reflexão, difusão e salvaguarda do patrimônio cultural. Partindo dessas premissas, esse Simpósio Temático busca agregar trabalhos de pesquisa, docência, extensão ou tecnologia que se afinem à essa proposta para um grande debate de ideias.

ST 09 – História e Política Externa Brasileira

Coordenador: Prof.Dr. Antonio M. Elíbio Júnior. (Departamento de História-UEPB)
Local:  Auditório de Educação
Horário:  14h às 18h

No contexto contemporâneo a gestão da Política Externa Brasileira vem imprimindo novas dinâmicas às relações internacionais e mesmo redimensionando o papel do Brasil na conjuntura global. Embora o Itamaraty mantenha uma tradição diplomática baseada em princípios como o da “solução pacífica das controvérsias” e o “respeito inviolável a autodeterminação dos povos”, o Brasil tem envidado uma política externa objetivando um maior protagonismo nos foros internacionais e regionais. Os contornos do mundo “globalizado”, portanto, são definidos a partir de uma complexa rede constituída no bojo de movimentos dialéticos, de aproximação e distanciamento, de coalizões e conflitos, de interação e alinhamentos, onde novos atores e novos espaços reconfiguram as bases do poder internacional. Desde o final da Guerra Fria, o sistema internacional foi movido pela intensificação de novos conflitos que se deslocaram do eixo Leste-Oeste para novas geometrias como Norte-Sul, ricos-pobres, desenvolvidos-emergentes. Tais fenômenos lançam a relevância dos estudos acadêmicos interdisciplinares, objetivando investigar as estratégias de inserção/gestão do Brasil no campo das relações internacionais e sua trajetória no âmbito da história da Política Externa Brasileira.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

X Encontro Nacional dos Pesquisadores do Ensino de História na Universidade Federal de Sergipe

Ilka Miglio, Ernesta Zamboni, Angelo Antoniolli, Leônia Carvalho, Fábio Maza e Marizete Lucini.
Foi encerrado ontem (17/10/2013), na Universidade Federal de Sergipe, o X Encontro Nacional dos Pesquisadores do Ensino de História - X ENPEH. O evento reuniu especialistas de catorze estados brasileiros, além de convidados da Argentina e do Uruguai, no Campus de São Cristóvão, da Universidade Federal de Sergipe (UFS) durante três dias. 
O X ENPEH foi iniciado com a apresentação do Grupo de Metais da UFS, dirigido pelo maestro Ione Bressan. Da mesa de abertura participaram Angelo Antoniolli, reitor da UFS, Ernesta Zamboni, presidente da Sociedade Brasileira de Ensino de História (SBHE), Ilka Miglio, representante da Universidade Tiradentes (Unit), Leônia Carvalho, Vice-diretora do Centro de Educação e Ciências Humanas (CECH) da UFS, Fábio Maza, coordenador do mestrado em História da UFS e Marizete Lucini, coordenadora do X ENPEH.
Grupo de Metais da UFS - Tiago e Bruno (trompetes), Thiago e Gesiel (trombones) e Arthur (trompa).
Bernard Charlot e Marizeti Lucini.
Após as falas iniciais, Bernard Charlot, professor da UFS e da Universidade Paris VIII, proferiu conferência de abertura. Charlot iniciou sua fala afirmando que a aprender é a soma de atividade intelectual, sentido e prazer e indicou as questões fundamentais que podem constituir uma agenda de pesquisa sobre o ensino de história, às quais ele costuma seguir: Qual a atividade intelectual dos alunos no ensino de história? Qual o sentido de estudar história? Que prazer tem o aluno ao estudar história?
Para a maioria deles não faz sentido estudar história porque a disciplina é quase sempre apresentada como uma repetição. Não tem utilidade no cotidiano. Trata de coisas antigas, talvez até mentirosas. Com essas impressões, qual tipo de prazer é experimentado no ensino de história?
Visto desse modo, o problema central do ensino de história não está no conhecido conflito entre pedagogias tradicionais e pedagogias escolanovistas. Abordando o assunto sob o ponto de vista das práticas pedagógicas, percebe-se que o professor, predominantemente, fala para um “eu epistêmico” e não ao “eu empírico”.
Sob o ponto de vista psicanalítico, os professores adotam a ideia de “motivação”, quando o importante seria mobilizar o aluno no sentido de fazer nascer “novos desejos”. Para isso é fundamental dizer ao aluno, sinceramente, a razão de se estudar história, apresentar conteúdos que lhe possibilitem perceber sentido, pois é somente no encontro entre o conteúdo intelectual e um desejo profundo no aluno que a matéria transforma-se em fonte de prazer.
Do ponto de vista sociológico, deve-se compreender que a ideia de fracasso escolar em história está relacionado à sua “posição social objetiva” – o analfabetismo dos país, trajetória de gerações dos familiares –, mas também à sua “posição social subjetiva”, ou seja, aquilo que o aluno fará do que “a sociedade fez com ele”.
Plateia do X ENPEH, pouco antes da solenidade de abertura do evento.
Por uma abordagem antropológica, enfim, é importante repensar a pedagogia tradicional. A criança é o encontro de três histórias: a história da espécie humana, da história singular de si mesma, da história da sociedade envolvente. Dizendo de outro modo, criança é ser humano, membro de sociedade e cultura, sujeito particular. Fruto dos processos de humanização, socialização e subjetivação.
À tarde, Ilka Miglio, da Universidade Tiradentes (Unit) coordenou a mesa redonda “20 anos de Pesquisadores do Ensino de História”, reunindo as professoras Ernesta Zamboni, da Universidade de Campinas (Unicamp), e Lana Mara de Castro Siman, da Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG).
Ernesta Zanboni rememorou as atividades do I Encontro Nacional dos Pesquisadores do Ensino de História (ENPEH), ressaltando o fato de os primeiros expositores, à época, ela própria e Marcos Antônio Silva, representarem as áreas da educação e da história. A professora retomou antigas falas e a tese de Ilka Miglio para inventariar as diferentes funções do ENPEH, desde a busca por um estatuto científico para a pesquisa sobre ensino de história, na primeira edição em 1983, em Uberlândia-MG, passando pela iniciativa de ampliar o diálogo com pesquisadores do exterior – Portugal, França, Bélgica –, efetivado no 8º encontro, em Belo Horizonte-MG, até o encontro atual, São Cristóvão-SE, que visa fortalecer a pesquisa sobre políticas e práticas do ensino de história no Brasil.
Ernesta Zamboni, Ilka Miglio e Lana Siman.
Em seguida, Zamboni apresentou características dos grupos de pesquisa que se ocupam do ensino de história no país. Anunciou que os grupos mais jovens, preocupados com questões indígenas, afrodescendentes e meio ambiente, situam-se, predominantemente, nas regiões centro-oeste, norte e nordeste. Os mais antigos relacionam ensino de história à educação e à história e já começam a estabelecer trocas com pesquisadores de outros países. Em ambos, entretanto, predomina o tema da formação de professores, com foco na escola básica, educação à distância e formação de redes.
Lana Mara de Castro Siman introduziu a sua fala justificando a existência da área do ensino de história a partir da ideia de campo científico, formulada por Pierre Bourdieu. Também caracterizou o trabalho de pesquisa na referida área como fragmentado, apontando alguns desafios atuais, a exemplo da promoção da organicidade temática dos grupos com necessária solidez teórico-metodológica, de articulações interinstitucionais mediante redes de pesquisadores, emprego de abordagens fundadas em diferentes escalas, encontros interdisciplinares e produção de obras coletivas.
O engajamento na produção e no exame das políticas públicas, nas práticas dos movimentos sociais, nas iniciativas de produção de diferentes práticas de memória e, ainda mais importante, a identificação das mudanças recentes que se nos apresentam no cotidiano, foram também demandas anunciadas por Lana Siman, como fundamentais ao trabalho dos pesquisadores e dos grupos de pesquisa sobre ensino de história no Brasil.
O primeiro dia de trabalhos foi encerrado com o lançamento de livros, ocorrido entre as 17 e as 19h no hall da reitoria, que contou com a apresentação do trio musical, formado pelos também professores Haroldo, Flori e Bob Zé.
Haroldo, Flori e Bob Zé.
Cristiani Bereta (UDESC) - História,memória e culturas. 
Cristiane Tavares (FSLF) - A Universidade de Coimbra e a reforma pombalina de 1772.

Elison Paim (UFSC) - História, memória e patrimônio. Maria Aparecida Bergamaschi (UFRGS) - Ensino de história no Cone Sul.
Juliana Aguiar, licenciada em história e monitora do X ENPEH.
O segundo dia (16/10/2013) foi marcado pelas atividades dos pesquisadores nos Grupos de Diálogos de Pesquisa (GPD), distribuídos em nove áreas: Ensino de história nos anos iniciais (GPD1), Formação de professores (GPD2), Currículo (GPD3), Cultura diversidade e alteridade (GPD4), Materiais didáticos (GPD5), História e memória em espaços escolares e não escolares (GPD6), Educação histórica (GPD7), Ensino de história e juventude (GPD9) e História do ensino de história (GPD10).. Cofiram as imagens de algumas apresentações e ou comentários dos trabalhos selecionados.

GPD 1 - Ensino de história nos anos iniciais do ensino fundamental.  Marta Margarida de Andrade Lima (última) apresenta
Sobre aquilo que nos dispomos a ver: práticas escolares que subvertemo olhar pelo lugar da falta.

GPD 2 - Ensino de história e formação de professores. José Lúcio da Silva Menezes (terceiro) apresenta O lugar do negro 
no Brasilnotas sobre um curso de história e cultura afro-brasileira. 

GPD 3- Ensino de história e currículo. Maíra Ielena Cerqueira Nascimento (primeira) responde questões sobre Ensino de história
nos Estados Unidos da América e Taxonomia dos objetivos educacionais
(1916-1980).

GPD 4 - Ensino de história, cultura, diversidade e alteridade. Luciano Magela Roza discute
Representações de mulheres negras no livro didático de história.

GPD 5 - Ensino de história e materiais didáticos. Fernanda de Paula Gomides (segunda) apresenta A cidadania forjada em
materiais didáticos para o ensino de história
: experiências durante o regime militar brasileiro. 

GPD 6 - História e memória em espaços escolares e não escolares. Pesquisadores acompanham os comentários das
coordenadoras Sonia Miranda e Júnia Sales Pereira (de costas).

GPD 7. Educação histórica. Maria Auxiliadora Moreira Schmidt  (quarta) comenta o texto de Ana Claudia Urban
O trabalho com fontes históricas no ensino fundamental.

GPD 9 - Ensino de história e juventude. Nucia Alexandra Silva de Oliveira apresenta Internet, ensino de história
e a cultura histórica dos jovens brasileiros.

GPD 10 - História do ensino de história. Arlette Medeiros Gasparello (terceira) comenta resultados de pesquisa sobre a
história dos livros didáticos que circularam no século XX.

Ao final da tarde foram expostos os posters e o material didático construído por alunos de graduação, principalmente aqueles vinculados ao Programa de Iniciação à Docência (PIBID).





No último dia (17/10/2013), pela manhã, os GPD realizaram a terceira seção de trabalhos. A tarde foi reservada para a assembléia da Sociedade Brasileira de Ensino de história. Na reunião, conduzida por Ernesta Zamboni, os coordenadores dos GPD relataram as ações de cada Grupo, apresentando perfis das pesquisas e dos participantes e avaliando o novo formado de discussão ensaiado no X ENPEH. (Ao contrário de apresentações livres, os coordenadores privilegiaram o comentário sobre cada trabalho e os debates a respeito das questões sobre as quais se debruçaram os diferentes grupos - formação de professores, juventude, história do ensino de história, entre outros).

A assembléia também aprovou moções de apoio à luta dos professores do Rio de Janeiro pelo Direito à greve (Arlete Gasparelo), deliberou sobre a próxima sede do XI ENPEH - será no Rio de Janeiro, nas dependências da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Na ocasião, Renilson Ribeiro (UFMS) ressaltou a importância da interiorização do debate acerca da pesquisa sobre ensino de história e manifestou interesse do grupo - formado pelo próprio e, ainda, Marcelo Fronza e Alexandra Lima - no sentido de que a edição 2017 do ENPEH ocorra na Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS). Na sequência, Júnia Furtado confirmou a próxima edição do Encontro Nacional Perspectivas do Ensino de História, a ser realizado em Belo Horizonte-MG, sob a coordenação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG).

A assembleia também conheceu o projeto da Revista da Sociedade Brasileira de Ensino de História, apresentado por Murilo Resende e Aléxia Franco, concebida no padrão "Qualis A1". Por fim, a plenária aprovou a criação de um grupo de trabalho que se encarregará da resolução de impasses jurídicos que envolvem continuidade da Sociedade Brasileira do Ensino de História como entidade autônoma. O grupo ganhou a seguinte formação inicial: Paulo Melo, Flávia Caimi, Sandra Oliveira, Renilson Ribeiro, Margarida Oliveira, Elenice Rocha, Lana Siman, Ana Monteiro, Alexia Franco e Carlos Augusto. 

Finda a reunião, os presentes assistiram à conferência de Ana Elena Zavala Freire, da Facultad de la Cultura e do Instituto Universitario "CLAEH" do Uruguai, sob o título "Ensino de história: moradas políticas e desafios práticos na contemporaneidade".
Zavala Freire ressaltou que história e política estiveram em conluio nos últimos dois milênios e defendeu o ensino de história como um trabalho sujeito à prescrições de fundo estatal, coletivo e pessoal. Sua fala, porém, focou os últimos 100 nos, período no qual localiza o entrelaçamento entre estado-nação, historiografia e ensino de história em várias partes do mundo.
A conferencista também afirmou que esses três privilegiados objetos foram modificados entre o fim do século XIX e início do XXI, situação que impõe aos interessados alguns desafios. É necessário repensar essa sequência de determinações: estado-nação que pauta a historiografia que pauta o ensino que, por sua vez, forma pessoas nos moldes do projeto estatal. Em outras palavras, é necessário "reconsiderar os termos do pacto original".
Zavala afirma a necessidade de repensar a própria ideia de nação, incorporando novas categorias historiográficas - nação imaginada, por exemplo -, refletir sobre os modos de uso das novas temáticas - sexualidade, alteridade - e abordagens - a micro-história, a história vista de baixo -, repensar a ideia de aluno como ente passivo, de professor como transmissor automático dos programas estatais, de ensino de história, enfim, como servo ou aliado do Estado para a formação política. O "pacto original" seria melhor conduzido, então, com apenas dois agentes: a historiografia - produtora de conhecimento - e o ensino de história - difusor do mesmo, numa dinâmica que põe a sociedade nas duas extremidades da relação. Um novo pacto que incluísse outra vez o Estado somente seria possível se formulássemos um ensino de história latino-americana dentro de moldes "pós-coloniais".

Após a fala de Zavala Freire, Marizete Lucini (UFS) deu por encerrado o evento agradecendo a participação do público, a junção de esforços entre os diferentes patrocinadores e louvando o trabalho qualificado e empenhado dos alunos do curso de Pedagogia, do PIBID-história e do PET-UFS.

[Em edição].

domingo, 13 de outubro de 2013

Sergipe recebe pesquisadores do ensino de história de todo o Brasil nesta terça-feira (15/10/2013), na UFS.

O evento discutirá, principalmente, ensino de história nos anos iniciais (GPD1), formação de professores (GPD2), currículo (GPD3), cultura, diversidade e alteridade (GPD4), materiais didáticos (GPD5), história e memória em espaços escolares e não escolares (GPD6), educação histórica (GPD7), ensino de história e juventude (GPD9), e história do ensino de história (GPD 10).

Confira a lista dos trabalhos que serão comentados no evento: trabalhos completos e posters.
Para maiores detalhes e dirimir dúvidas, veja a página oficial do evento: www.xenpeh.com.br.

Confira também o nome de alguns dos especialistas que confirmaram presença: Aléxia Pádua Franco, Ana Elena Zavala Freire, Ana Maria F. C. Monteiro, Arlette Medeiros Gasparello, Carlos Augusto Ferreira Lima, Cristiani Bereta da Silva, Flávia Eloísa Caimi, Helenice Aparecida Bastos Rocha, Júnia Pereira Sales, Kátia Maria Abud, Lana Mara de Castro Siman, Luciano Magela Roza, Margarida Maria Dias Oliveira, Maria Aparecida Bergamaschi, Maria Auxiliadora Moreira dos Santos Schmidt, Rafael Saddi Teixeira, Ramofly Bicalho dos Santos, Sandra Regina Ferreira de Oliveira e Sônia Regina Miranda.

Programação Geral

15/10 – Terça-feira

7h30 – Credenciamento.
Local – Hall da Reitoria da UFS.

9h30 - Abertura Oficial do Evento.
Local – Auditório da Reitoria da UFS

10h às 11h:30 – Conferência: “A relação dos alunos com o saber e com a escola na sociedade contemporânea” - Prof. Dr. Bernard Charlot.- Professor Visitante Nacional Senior na Universidade Federal de Sergipe. Membro dos cursos de Pós-Graduação em Educação (NPGED) e em Ensino de Ciências e Matemática (NPGECIMA). É também Professor Titular Emérito da Universidade Paris 8 e Professor Catedrático Convidado da Universidade do Porto, Portugal.
Local – Auditório da Reitoria da UFS.

13h30 às 15h30 – Mesa “20 anos de Pesquisadores do Ensino de História”.
Profª. Drª. Ernesta Zamboni – UNICAMP.
Profª. Drª. Lana Mara de Castro Siman – UEMG.
Local: Auditório da Reitoria da UFS.

15h30 – Intervalo.
16h às 17h – Espaço para reuniões de grupos.
Local - Salas de aula - Didática VI/UFS.

17h às 18h – Lançamento de livros.
Local – Hall da Reitoria da UFS.

16/10/2013 – Quarta-feira

8h30 às 12h – Grupos de Pesquisas em Diálogo.
Local – Didática VI/UFS.

14h às 16h – Grupos de Pesquisas em Diálogo.
Local – Didática VI/UFS.

16h – Intervalo.
16h15 às 17h30 – Discussão Comissão de Ética na Pesquisa em Ciências Humanas.
Local – Auditório da didática VI/UFS.

17h30 às 19h – Apresentação de Pôsteres e Exposição Pedagógica PIBID/UFS.
Local – Salas de aula da didática VI/UFS.

17/10/2013 – Quinta-feira

8h30 às 10h – Grupos Diálogos de Pesquisa.
Locais – Didática VI/UFS.

10h – Intervalo
10h30 às 12h – Sistematização dos trabalhos por GPD: destaques, resoluções, propostas.
Locais – Didática VI/UFS.

13h30 às 15h30 – Apresentação do Trabalho dos GPD.
Local – Auditório da didática VI/UFS.

15h30 – Intervalo.
16h às 18h – Eleição ABEH.
Local – Auditório da didática VI/UFS.

18h às 19h30 – Conferência de Encerramento “Ensino de História: miradas políticas e desafios práticos na contemporaneidade” - Profª. Drª. Ana Elena Zavala Freire - Facultad de la Cultura / Instituto Universitario «CLAEH» / Uruguay.
Local – Auditório da Reitoria da UFS.

Para informações mais detalhadas, veja site do evento: www.xenpeh.com.br

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

I Seminário Nacional História e Contemporaneidades

Festa do Livro Cariri, nas dependências da URCA, em 17 de setembro de 2013.
Realizou-se esta semana (17-21/09/2013) o I Seminário Nacional de História e Contemporaneidades, na Universidade Regional do Cariri (URCA), em Crato-CE, que explorou “as dimensões políticas da história e o futuro do passado”.
No primeiro dia (17/09/2013), à tarde, funcionaram oito minicursos. À noite, foi aberta a “I Festa do Livro Cariri”, que expõe e vende dezenas de títulos, alguns dos quais voltados, especificamente, para os vários domínios da história. Em seguida, procedeu-se a abertura oficial do evento, com mesa composta pelos professores Otonite Cortez, Reitora da URCA, Francisco Damasceno, presidente da seção regional do Ceará da Associação Nacional de História (ANPUH) e docente da Universidade Estadual do Ceará (UECE), Fátima Pinho, Chefe do Departamento de História, e Sônia Menezes, da coordenadora do Seminário.
Jucieldo Alexandre (URCA) e
Dilton Maynard (UFS)
Finda a cerimônia de abertura, o professor Jucieldo Alexandre (URCA) coordenou a mesa redonda intitulada “Cultura histórica, mídias e os usos do passado no tempo presente”, reunindo os professores Dilton Maynard, da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Antônio Clarindo de Souza, da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e Sônia Meneses (URCA).
Abrindo as falas dessa primeira mesa, Dilton Maynard (UFS) discutiu a necessidade de o historiador repensar o seu lugar no estabelecimento e na crítica dos acontecimentos no tempo presente, onde se vive uma espécie de “cultura de convergência”, ou seja, a ideia de que um conjunto de mídias pautam o acontecimento e não apenas um veículo ou linguagem. No “cablegate”, por exemplo, várias mídias, novas e tradicionais, como jornais e sites da internet, foram os responsáveis pela legitimidade concedida às notícias que denunciaram a espionagem dos Estados Unidos sobre governos de vários países. A morte de Osama Bin Laden, outro exemplo, foi primeiramente noticiada no Twitter, por um dos vizinhos do terrorista assassinado, sendo misteriosamente excluída três dias depois. Esses exemplos nos levam a pensar em novos procedimentos do historiador para acessar, ler, citar, referenciar esse novo tipo de documento e a problematizar os os meios de controle aos quais somos submetidos quando nos utilizamos das novas mídias.
Na segunda fala, Clarindo Souza (UFCG) abordou as questões do bullyng em sites e nas redes sociais, flagrados nos últimos cinco anos.  Deu exemplos de situações nas quais são manifestados preconceitos de natureza étnicos e estéticos contra indivíduos e coletivos sociológicos – nordestinos, gordos, gays –, mediante o uso descontextualizado de imagens e sons. Os exemplos contemplaram várias situações em que times de futebol e cultos afro-brasileiros, juntamente com seus praticantes, são sistematicamente ridicularizados. As redes sociais, contraditoriamente, incentivam os usuários preconceituosos e também os seus críticos a se manifestarem. Fornecem, por um lado, a liberdade de expressão da opinião de pessoas que desejam feedback  e, por outro, o poder para que essas mesmas pessoas anunciem não se importar com as críticas. As redes, por fim, onde predomina a expressão estética em detrimento da expressão da racionalidade, criam um acervo de fontes que não para de crescer e que pode servir de apoio a uma relevante história social, sobretudo aquela que trata da ausência de traços diacríticos dos seus usuários, dada velocidade com a qual os perfis são atualizados.
Clarindo Souza (UFCG) e
Sônia Meneses (URCA)
A mesa redonda foi encerrada por Sônia Meneses que abordou a cobertura das manifestações populares de 1992 e de 2013, efetuada pela revista Veja. Considerada suporte sensacionalista, de ideologia conservadora, a revista assume o lugar de representação e, concomitantemente, de controle das vozes do povo nos dois episódios. O exame da cobertura revela aquilo que alguns pesquisadores nomeiam de “processo de consciência”, ou seja, a transformação do disperso em claramente explicável. Analisando as capas e as reportagens que abordaram o “Fora Collor” e o “Vem pra rua”, é possível identificar elementos recorrentes no trabalho dos meios de comunicação de formulador narrativas a respeito do cotidiano da população. Ambas eram manifestações populares e foram dadas a ler como uma espécie de “despertar do povo”. As diferenças, contudo, são marcantes. Em 1992, as manifestações são possibilidades em torno de um acontecimento maior – o impeachment. Em 2013, as mutifocadas manifestações causam perplexidade e a revista opera uma seleção que serve, obviamente, aos reais controladores do periódico. O discurso de uma “velha mídia”, como a Veja, vai, então, modificando-se ao sabor dos seus interesses e das atividades dos manifestantes, colocando dificuldades aos historiadores do tempo presente que se empenham na compreensão desses eventos.
O segundo dia (18/09/2013) do Seminário iniciou-se com a mesa redonda “História, profissionalização e os desafios da pesquisa no século XXI”, coordenada pela profa. Jane Semeão (URCA).
A primeira apresentadora, profa. Margarida Oliveira, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), informou sobre um projeto desenvolvido em sua Instituição, que põe em prática o seguinte princípio: a história tem uma função social e esta função pública deve ser cumprida pelos profissionais, desde o seu período de formação. O grupo de pesquisa, formado por alunos de graduação e de pós-graduação, além de professores do Departamento de História da UFRN, oferta serviços à própria universidade, atuando na produção de conteúdos históricos para TV, rádio, jornal e internet. Trata-se de um trabalho interdisciplinar que articula conhecimento histórico e formas específicas de comunicação, elaborando instrumentos de divulgação para públicos de interesse diverso.
Jane Semeão (URCA), Francisco Damaceno (UESC), Margarida Oliveira (UFRN) e Aryana Costa (UERN).
O prof. Francisco Damaceno, da Universidade Estadual do Ceará (UECE), traçou um quadro da oferta de cursos de licenciatura em história no estado – sete cursos em atividade, entre instituições públicas e privadas. Apontou a carência de recursos financeiros – bolsas para pesquisa discente, deslocamentos –, as dificuldades de contratação de professores, a ausência de diálogo entre os cursos, concorrência entre as instituições, desarticulação entre as disciplinas da grade curricular e a ausência de especialistas – história da América, por exemplo. Por fim, afirmou que as possibilidades de atuação do profissional de história incluem o trabalho nos museus, arquivos e redações de jornais, ainda que o principal campo seja o ensino, marcado por baixos salários e ausência de estímulo à qualificação. Esses são os desafios locais a serem enfrentados, com o auxílio, inclusive, da legislação que prescreve a profissionalização do historiador.
O terceiro palestrante da mesa, profa. Aryana Costa, da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN), discutiu a regulamentação do profissional de história, concentrando-se relação formação e regulação. Ela problematizou os perfis do profissional de história do período 1990 e 2010 e a natureza dos projetos de lei que prescrevem a profissão, defendendo uma história dessas trajetórias que considere as diferentes circunstâncias nas quais foram formatados os documentos. Em seguida, descreveu as grades curriculares de cursos de licenciatura em história, produzidos entre 1935 e 2004, e comentou sobre as características e as limitações dos projetos legislativos que trataram da profissão de historiador nos últimos 15 anos.
Clarindo Souza (UFCG) no minicurso "Tudo que você queria saber sobre história cultural e tinha medo de 
perguntar a um historiador social".
Após as falas da “mesa redonda”, os graduandos iniciaram a apresentação das suas pesquisas junto às seções coordenadas que abordaram história e patrimônio cultural, ensino, gênero, meio ambiente, movimentos sociais, religiosidades, intelectuais, cultural política, literatura e tempo presente.
À tarde, oito minicursos tiveram continuidade. Também foram iniciadas as atividades dos simpósios temáticos "História, religião e religiosidades", coordenado por Maria Paula Cordeiro (URCA) e Maria de Fátima de Morais Pinho (URCA), e "História política do Nordeste", sob a direção de Cristiano Luís Christillino (UFPE).

Apresentação do trabalho de Jheovanni de Abreu (penúltimo, da esquerda para a direita), "Metafísica do amor no pensamento
de Arthur Schopenhauer", ns seção coordenada "História da ciência, intelectuais e cultura política", em 19/09/2013.
Ana Maria Mauad (UFF)
À noite, a prof. Ana Maria Mauad, da Universidade Federal Fluminense (UFF), proferiu conferência intitulada “Como nascem as imagens? O fotógrafo, a moça e uma flor”. Partindo das categorias de “horizonte de expectativas”, “espaço de experiência” e “regime de historicidade”, Mauad questionou a razão de a imagem ainda representar um desafio para o trabalho do historiador. Afirmou, em seguida, que toda imagem tem uma biografia, ainda que nem sempre de trajetória linear e, também, que elas nascem das práticas sociais de representação do mundo. Assim, empregando a imagem da “moça com uma flor, frente a um grupo de soldados armados” (1967) e outras cenas semelhantes, flagradas nos protestos de junho de 2013, no Brasil, demonstrou como a referida imagem tornou-se uma foto-ícone, ou seja, uma fotografia que se “entranha na memória” –, neste caso, o protesto pacífico –frequentemente retomada para atribuir o mesmo sentido, em outros tempos e espaços. Hoje, os dispositivos fotográficos digitais e a exponencial capacidade e facilidade de reproduzir imagens não contribuem para a produção de fotos-ícones. O que comanda a produção hoje é a série de imagens, mas a foto-ícone não perde a sua função, já que é também revelada nessa nova forma de produção de sentido.
Alênio Noronha (UECE), Priscila Regis (URCA) e Gilberto Nogueira (UFC).

Alexandre Barbalho (UECE)
Os trabalhos da quinta feira (19/09/2013) foram iniciados com a mesa redonda “Patrimônio cultural, políticas públicas da memória e o problema dos novos acervos”, coordenada pela profa. Priscilla Régis (URCA). Gilberto Nogueira (UFC) relacionou as ideias de patrimônio às categorias de “horizonte de expectativas” e “espaço de experiência” e descreveu processos de transformação dos sentidos de prática conservacionista no Brasil, ao longo do século XX.  Prof. Alexandre Barbalho (UECE) ressaltou as necessidades humanas da memória e do esquecimento e enfatizou o caráter político de todas as práticas preservacionistas. Como exemplo, citou a eleição dos monumentos representadores da identidade da cidade de Fortaleza, via campanha midiática, onde a tentativa de “capturar” a memória (oficial) da cidade esteve submetida a interesses comerciais privados. O Prof. Alênio Noronha, da Universidade do Vale do Acaraú (UVA) e representante do setor de Patrimônio Cultural da Prefeitura Municipal de Fortaleza, encerrou as falas, tratando dos novos acervos, como o áudio visual. Ele exemplificou e ressaltou o valor dos mesmos como prova jurídica, instrumento de mediação da lembrança e de compreensão do passado. A mesa foi seguida por uma seção de autógrafos concedidos por Gilberto Nogueira (UFC).
Ítalo Bezerra (URCA)
Á noite, a mesa redonda coordenada pelo professor Ítalo Bezerra (URCA), discutiu o “Ensino de história, usos do passado e cidadania”. Iniciando os trabalhos, a prof. Adelaide Gonçalves (UFC) apresentou um panorama das atividades educacionais desenvolvidas no âmbito dos movimentos sociais ligados à questão da terra e informou sobre as relações entre as finalidades e práticas das escolas e às suas implicações na construção da memória e na crítica à história oficial brasileira. Na sequência, o prof. Itamar Freitas (UFS) abordou as ligações entre teoria, didática da história e cidadania, tendo como fonte básica os documentos produzidos por Charles Langlois, entre 1881 e 1937. Defendeu a necessidade de os professores formadores explorarem a natureza, a relevância e as limitações da “qualidade de ser cidadão” nas matérias de teoria, epistemologia, história da historiografia e introdução à história. Por fim, o prof. Egberto Melo comentou a recente ampliação do prestígio das questões e temas ligados ao ensino de história no Brasil e o concomitante interesse dos professores radicados nos departamentos de história. Afirmou a necessidade de acompanhar a trajetória da Associação Nacional de História (ANPUH), ao longo da segunda metade do século XX, como forma de melhor entender o crescente interesse dos historiadores pelos usos escolares do passado.
Renata Marinho (URCA), Rosilene Melo (UFCG), Josinete Lopes (URCA) e Clarisse Fukelman (PUC-RIO).

Os trabalhos do último dia do Seminário (20/09/2013) foram iniciados com a mesa redonda “História e transdisciplinaridade – o olhar de outros saberes do passado” – coordenada pela profa. Josinete Lopes (URCA). Na primeira fala, a profa. Renata Marinho (URCA) inventariou tendências teóricas e categorias que exploram as formas de agir, pensar e sentir, postas em circulação entre os séculos XIX e XX e concluiu que, hoje, a antropologia tende a examinar experiências coletivas de modo polifônico, policêntrico, enfim, policultural. Em seguida, a profa. Rosilene Melo (UFCG) apresentou e problematizou a função das imagens produzidas por Manoel Graciano, Mestre Noza, Índio e Mino, entre outros artistas, afirmando que as mesmas são expressão de um pensamento, que condensam informações, possuem agência e expressam – criam – um mundo. Daí a ideia de classificá-las como imagens cosmológicas. A mesa foi encerrada com a fala da profa. Clarisse Fukelman, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, que discutiu a “representação, da representação da representação...”, ou seja, os usos pedagógicos que a produção televisiva faz do conhecimento histórico, enfatizando a necessidade de considerar conceitos e práticas da teoria da história, teoria literária, semiologia e da estética da recepção na produção de minisséries e novelas.
Na segunda parte da manhã, a exemplo do ocorrido nos dois dias anteriores, os alunos de graduação apresentaram suas comunicações em seções coordenadas.
Natália Santos (URCA), Lívia Souza (URCA), Maria do Carmo Oliveira (URCA) e Bárbara Silva (UFS), que apresentaram
trabalhos no simpósio temático "História e ensino de história", coordenado pelos profs. Egberto Mello (URCA) e Aruana Costa
(UERN), em 20/09/2013.
À noite, procedeu-se à cerimônia de encerramento, onde a prof. Sônia Menezes (URCA) prestou uma homenagem ao prof. Ciro Flamarion Cardoso, falecido recentemente. Em seguida, as professoras Fátima Pinho (URCA) e Otonite Cortez (URCA) agradeceram aos palestrantes convidados e aos alunos e docentes que se encarregaram voluntariamente das tarefas do evento. Por fim, o prof. Fernando Catroga, da Universidade de Coimbra (Portugal), proferiu conferência, coordenada pela profa. Adelaide Gonçalves, com o título “O historiador e o juiz na balança pela veracidade histórica”.
Catroga afirmou que a tradição da história como tribunal vigorou da teologia da história à filosofia da história e assim manteve-se na contemporaneidade. A problematização do documento, no final do século XIX é, talvez, o ponto em comum entre a investigação historiográfica e o processo judicial. Pensando sobre essa tese, ele confirma que todo processo judicial é fundado em fatos que “realmente aconteceram”. Mesmo a ideia de história, desde a experiência grega, aristotélica, tem o sentido de testemunho – sobretudo, ocular – e de inquérito. A palavra justiça, por outro lado, significa autoridade – “o juiz disse”. 
Fernando Catroga (Universidade de Lisboa)
No tempo presente, vivenciamos a compreensão de que o julgamento manifesta fragilização, diante dos júris forjados. Da mesma forma, muitas investigações históricas apresentam-se como fraudes por suas finalidades e atitudes consagradoras de determinados personagens ou ideologias. Além disso, o historiador não faz a “história que vê”. Ele tem que ver para além do que se olha, tem que agir metodicamente. Citando René Rémond, Catroga afirmou que os historiadores não são acusadores, advogados ou juízes. O que há na história e não há no processo judicial, citando Ginzburg, é o contexto. Os juízos independem dos contextos. Eles são personalizados e fundam-se no cumprimento ou descumprimento da norma.
Catroga também esclareceu que trabalho do juiz resulta em sentença imperativa. O trabalho do historiador, ao contrário, não gera esse tipo de sentença. Ele é, sim, livre para explicar-compreender. O objeto do juiz, o crime, por exemplo, prescreve. O objeto do historiador, em contrapartida, nunca prescreve, podendo ser constantemente revisitado. Finalizando a sequência de comparações, Catroga  afirmou que o juiz age binariamente - sim/não, enquanto o historiador pode afirmar que, "na fase atual da pesquisa, sim" e, ao final, "não" ou "talvez" e, ainda, que as obras do juiz são fechadas e a dos historiadores sempre abertas à visitação. Essas características nos induzem a pensar, conclui Catroga, que o historiador deve expor quaisquer princípios críticos, mas manter um contrato permanente com a "veracidade" na história.
Professores da URCA, Fátima Pinho, Francisca Anselma, Iarê Lucas, Otonite Cortez e Sônia Menezes, junto aos professores
Fernando Catroga (Universidade de Coimbra) e Adelaide Gonçalves (UFC).
Monitores do I SNHC confraternizam-se com o prof. Catroga: (da esquerda para a direita) Angelica Ribeiro, Romario Rodrigues, 
Andréa Araújo, David Samuel, Lívia Sousa, Rayanne Silva, Vanusa Ferreira, Fernando Catroga, Raquel Modesto, Pryscylla
Cordeiro, Alexsandra Goiana, Raysa Carolinne.
Assim encerrou-se o I Seminário Nacional História Contemporaneidades, com planos para que, em 2015, se repita com muito mais êxito.