sábado, 1 de janeiro de 2000

Historiografia das cidades sergipanas

Cotidiano dos ribeirinhos de Brejo Grande-SE: o rio São Francisco
como elemento significativo para a identidade das cidades e dos
municípios sergipanos. Foto: Pideli, 2008.
“Histórias dos Municípios Sergipanos – uma análise historiográfica “ é o tema de um trabalho desenvolvido durante três anos (1996/1998) no âmbito do Programa de Bolsas de Iniciação Científica/PIBIC na Universidade Federal de Sergipe (UFS). Este trabalho compreendeu um levantamento exaustivo da bibliografia que trata dos municípios sergipanos abrangendo todas as bibliotecas públicas situadas em Aracaju - aí incluídas bibliotecas de instituições e órgãos públicos, estendeu-se a bibliotecas de órgãos privados e até a bibliografias particulares. Ao levantamento seguiu-se a análise historiográfica, precedida de toda a discussão acerca do objeto e do conceito (história e historiografia, história local e história regional). Completou o projeto a construção de um Banco de Dados “Histórias dos Municípios Sergipanos”, hoje colocado à disposição dos pesquisadores na página da Universidade.
A equipe que realizou o trabalho compôs-se de uma professora e, à época, três estudantes do Curso de Graduação em História da UFS. Encerrado com a inclusão de obras que vieram a lume em 1998, o levantamento recuou até 1912, ano de fundação do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe, instituição marcante nos estudos históricos sergipanos e, particularmente, no estudo da história dos municípios.
Esta Comunicação faz uma apresentação dos resultados do trabalho acima referido, concentrando-se no que diz respeito à historiografia das cidades.


Os municípios e sua história
Os atuais 74 municípios sergipanos são o resultado da ocupação e organização do espaço que começou em fins do século XVI, com a conquista do território indígena por iniciativa da Capitania da Bahia, atendendo a interesses da Metrópole. Em 1590 o poderio baiano-português instaura-se em Sergipe e a sua expressão política é a fundação da cidade de São Cristóvão. A ocupação do espaço pela colonização portuguesa seguiria o sentido Sul-Norte, fazendo aparecerem as povoações e vilas mais antigas. A ocupação do interior não tarda, pois a pecuária, atividade econômica fundamental até o século XVIII, facilita esta penetração, mas as cidades são aí mais esparsas ou mais recentes. No século XIX amplia-se o movimento interno de ocupação do espaço com o avanço da fronteira econômica e o maior dinamismo impresso pela economia canavieira, cujo incremento em Sergipe é considerado tardio relativamente ao restante do litoral nordestino. Em meados do século, a fundação de Aracaju, a nova capital, é o símbolo deste impulso renovador que provocaria, a partir da última década de novecentos, uma reorganização espacial cujos efeitos se acentuariam com maior ou menor intensidade no século XX, quando o crescimento de Aracaju desequilibra ainda mais o conjunto urbano de Sergipe. A capital atrairia e concentraria uma fatia cada vez maior da população do Estado, afirmando-se como centro regional.
O século XX também registra a reorganização política do território com a criação de novos municípios e de suas sedes municipais, particularmente nas décadas de 40, 60 e 80, assim como o avanço sobre a fronteira sertaneja ao Norte, o sertão sergipano do São Francisco, que culminaria, nos anos 80, com a fundação de Nova Canindé, a sede planejada do município de Canindé do São Francisco, no extremo sertão, fruto da reorganização do espaço na região após a instalação da usina hidrelétrica de Xingó. Esta ocupação desigual e presidida pelos interesses da economia canavieira concentrada no litoral ou por interesses político-estatais resultou numa produção diferenciada de informações, particularmente as que dizem respeito à história. São melhor conhecidas as informações sobre a zona econômica e politicamente mais importante dos séculos XVIII e XIX, o vale do Cotinguiba – zona açucareira por excelência – enquanto o Baixo São Francisco, a região do rio Real, a região central e a fronteira Oeste com a Bahia são assinaladas por grandes lacunas ou pela falta absoluta de dados históricos. Esta situação coincide com outra realidade que quem quer que visualize o mapa dos serviços, da malha urbana e da população de Sergipe verificará : uma concentração no litoral e na região Sul do Estado, enquanto o vazio ou a instalação esparsa caracteriza as demais regiões. Entretanto, ainda mesmo no que se refere às áreas mais densamente povoadas e mais importantes do ponto de vista econômicao, a dispersão de informações quanto a dados como origem e desenvolvimento das cidades, suas particularidades, vocação e importância para o Estado, áreas de domínio ou até a história da sua constituição como município, criou tal dificuldade que alimenta a idéia de que nada se sabe, nada existe e de que tudo está ainda por fazer.
A proposição de executar o levantamento bibliográfico, de analisar o conteúdo historiográfico da bibliografia e até de organizar o Banco de Dados, surgiu em função dessa idéia do senso comum e da necessidade de referendá-la ou de contestá-la.
O local e o regional na historiografia
Ganhou novo espaço na historiografia recente o debate sobre o local, sobre região e identidade. Em tempos de globalização, o “lugar”, o “específico” tornam-se referenciais e dão conteúdo de pluralidade, diversidade, e colorido a um mundo que se tenta homogeneizar. O município como espaço social historicamente construído é expressão do específico, identificado e diferenciado do todo no conceito político-territorial que compreende o Estado brasileiro. Para essa unidade que representa a diversidade, voltou-se a atenção desse projeto.
O interesse pela história local exige o mapeamento do que existe e a produção de estudos historiográficos correspondentes. A história local, enquanto visão do micro, serve como “teste de validade” da história macro, se esta for considerada como a história do Estado e sua projeção na história da região. O estudo da realidade micro preenche lacunas, empresta dados novos para explicações a respeito do processo histórico produzido no espaço hegemônico e as atualiza com as problemáticas locais. É comum que fatos de grande repercussão local percam sentido ou lugar no âmbito das sínteses gerais. O preconceito ou até a ignorância a esse respeito acarretam o empobrecimento da produção historiográfica.
Na historiografia sergipana sobre os municípios predominam abordagens que enfocam a zona econômica e politicamente mais importante nos séculos XVIII e XIX, o vale do Cotinguiba. As regiões do Baixo São Francisco, do rio Real, a região central e a fronteira Oeste, áreas não açucareiras, recebem muito menor atenção, havendo mesmo nelas municípios sobre os quais nada ainda foi escrito. É uma história dominantemente litorânea e açucareira, centrada no papel da capital, que dá pouca importância às origens e à constituição dos municípios ou à sua vocação e importância para o Estado.
O projeto e sua metodologia
O projeto “Histórias dos Municípios Sergipanos : uma análise historiográfica” surgiu da constatação acerca da realidade acima descrita. As dificuldades de obter informações sobre o tema traziam obstáculos aos pesquisadores e a idéia de que os dados eram inexistentes tomou foros de verdade. Empreender análise historiográfica da bibliografia relativa aos municípios sergipanos produzida entre 1912 e 1998 foi o seu objetivo.
O trabalho usou os procedimentos da pesquisa bibliográfica, obedecendo às fases da seleção, fichamento, inventário, tabulação de dados, classificação e análise. Num universo de X bibliotecas, foram selecionadas obras que continham no todo ou em parte informações significativas[1] acerca de um ou mais municípios sergipanos. Os dados do seu conteúdo foram armazenados em ficha própria que permitiu a constituição do “Inventário de Fontes Historiográficas dos Municípios Sergipanos”.[2] As informações das fichas foram relacionadas a itens escolhidos[3], destacando-se o enfoque temático. Usando o banco de dados Access as informações puderam ser comparadas e cruzadas. As obras foram classificadas levando em conta o seu estatuto epistemológico e a temática abordada.[4] A fase final corresponde à descrição e crítica teórico-metodológica dessa historiografia e caracterização dos discursos acerca das identidades municipais.
Pressupostos da análise historiográfica
Problema específico foi a definição do que selecionar, considerando o objetivo de realizar análise historiográfica. Nesse caso colocou-se uma pergunta: o que considerar historiografia ? Ainda mesmo levando em conta as dificuldades de precisar o conceito, tão escorregadio quanto o de História, fez-se necessário estabelecer um referencial para a seleção das obras. O conhecimento do material proporcionado pelo levantamento e a sua ampliação através da análise do conteúdo, levou o grupo a alterar, no decorrer da pesquisa, o referencial estabelecido. História, historiografia, história regional, história local, foram termos e conceitos que estabelecidos e reformulados, freqüentaram continuamente os debates e reflexões. A literatura disponível foi estudada. Através dela viu-se que os estudos historiográficos publicados na Revista de História da ANPUH, na década de 50, limitam-se a descrever, citar e analisar obras e autores, sem teorizar cobre o conceito.[5]
Em textos escritos no fim dos anos 50, Oiliam José e José Honório Rodrigues trouxeram importantes contribuições ao tema. RODRIGUES considera a obra dos cronistas como historiografia[6], mas insiste na necessidade do debate teórico-metodológico nesse campo. É em História da História do Brasil que ele define historiografia como o “exame da obra histórica como obra histórica (em oposição à crítica literária) pelo seu valor intrínseco, como contribuição ao desenvolvimento de sua disciplina.”[7] Oiliam JOSÉ define historiografia como “o estudo crítico da História e dos historiadores, para analisar-lhes os métodos, as obras e o conteúdo de ambos a fim de permitir a avaliação deles.”[8] Estudioso da historiografia mineira, este autor deu maior atenção às obras do que aos autores e abriu um leque de classificação para várias áreas da história.
Nos anos 70 José Roberto do Amaral Lapa aprofundou o estudo sobre o que identificou como crise na produção do conhecimento histórico e procurou definir termos como História (o objeto do conhecimento histórico) conhecimento histórico (o que resulta do processo de reconstituição, análise e interpretação daquele objeto) e historiografia (análise crítica desse processo de produção do conhecimento e desse conhecimento enquanto conhecimento...[9] Trabalhando igualmente com o conceito, Luiz Henrique Torres, para quem a historiografia se elabora juntamente com os problemas do seu próprio objeto, afirma que “na historiografia estão os anseios de uma época, as verdades que a dinâmica social das idéias desfigurará com o passar do tempo.[10]
Essa análise torna-se exemplar quando se toma a obra de FICO e POLITO, que faz balanço da historiografia brasileira da década de 80[11]. Dela os autores excluem da sua análise as obras de memória, que não consideram obras de história em sentido estrito, os livros de história da literatura e as biografias, por não serem produzidos por historiadores e, pela defasagem na divulgação dos conhecimentos específicos, os livros didáticos. Considerando a Universidade como principal produtora do conhecimento histórico na década de 80, FICO e POLITO restringem às obras produzidas na academia, a sua análise. Se adotada nesse trabalho essa postura inviabilizaria o projeto, pois o seu objeto foge ao âmbito da produção estritamente acadêmica. Na obra pioneira sobre a historiografia brasileira, RODRIGUES enfrentou com bom senso o problema da definição de critérios para distinguir as obras a selecionar. Admitiu, então, para as obras dos séculos XVI e XVII um padrão elástico, que incorporou crônicas, descrições, narrações e que excluiu apenas o que considerou estritamente como fonte histórica e não como fonte historiográfica.[12] Essa mesma amplitude de concepção está presente em Maria de Lourdes Mônaco Jannotti[13], assim como em Francisco Falcon. Este, abordando o Rio de Janeiro como objeto historiográfico, conclui ser impossível negar o fato de que “ existem temas abordados tanto por historiadores como por cientistas sociais”, indicando a necessidade de inclusão da produção acadêmica de profissionais não-historiadores. O seu critério de escolha baseou-se no que as obras dizem de si próprias, levando o autor a :
Considerar para o que tinha em vista os trabalhos que se autodefinem como de história sem questionar aqueles que pelo local de sua produção, ou pelas características do autor, não seriam considerados dessa forma por historiógrafos mais exigentes. Sempre que possível [tentou] levar em consideração também trabalhos que embora não se autodefinam como de história constituem contribuições importantes aoconhecimento histórico do Rio de Janeiro.[14]
O caminho tomado por este trabalho terminou sendo aquele indicado por FALCON, que pareceu o mais adequado para a diversidade do material coletado. Dadas as condições de produção da literatura histórica em Sergipe, considerando a tardia instalação do Instituto Histórico (1912), do Curso de História (1951) e a pobreza quantitativa de monografias sobre os municípios, levou-se em consideração o esforço em descrever ou explicar o processo histórico de determinado município em trabalho específico ou através dos chamados “históricos” que em trabalhos de natureza diversa procuram contextualizar o tema abordado. Tais contribuições podem ser encontradas nas obras gerais, didáticas, mas também em trabalhos específicos sobre municípios.
A seleção dos autores também foi a mais ampla possível. Historiadores de formação acadêmica estão ladeados por autodidatas (jornalistas, escritores, médicos, advogados, professores, militares, funcionários, etc.), enquanto é igualmente amplo o critério de seleção dos gêneros de abordagem: teses, dissertações, monografias, ensaios, artigos, biografias, crônicas e relatos de viagem. A necessidade de recorte que evitou um trabalho interminável, excluiu romances, poemas, depoimentos orais e manuscritos.
Os municípios sergipanos em sua divisão político-administrativa foram definidos como padrão para a classificação da produção bibliográfica que se fez objeto desse trabalho. A transcrição abaixo estabelece o panorama :
O Estado de Sergipe, com cerca de 22 mil quilômetros quadrados de área, é repartido em 74 municípios, possuindo o mesmo número de cidades. Algumas dessas cidades, sedes municipais, são muito pequenas e mal equipadas, parecendo serem verdadeiros povoados. A maioria dos centros urbanos são centros locais, dotados de equipamento básico mínimo: feiras semanais, algumas vendas ou armazéns, equipamento escolar simples, serviço de saúde de funcionamento periódico, e saneamento básico pouco desenvolvido, sendo os outros serviços praticamente inexistentes. Desempenham pequena função administrativa (como sedes municipais) e de atendimento básico à população rural da área circunvizinha[15].

A história dos municípios se confunde, por isso, com a história das cidades que lhe servem de sedes, por mais incipientes que sejam na sua configuração urbana. A propósito, quanto mais urbanas essas sedes, mais a sua história é tida como digna de ser registrada. Apesar do que se disse no trecho acima transcrito, a vida rural pouco se coloca enquanto tal nas obras de história dos municípios. Os aspectos privilegiados são sempre aqueles da vida urbana, a par dos econômicos, políticos e culturais.
A historiografia das cidades no acervo inventariado
Livros, artigos de revistas, teses, dissertações, monografias e folhetos de divulgação constitui o material que foi trabalhado a partir dos critérios de seleção já relatados. Cobrindo extensos períodos de tempo (geralmente do século XVI ao XIX ou XX), a grande maioria dos trabalhos toma como ponto de referência os fatos consagrados na periodização tradicional da história de Sergipe : catequese, conquista, emancipação política, mudança da capital, abolição, república... Em termos de organização, os textos podem ser classificados em três grupos distintos : há os que seguem a consagrada História de Sergipe de Felisbelo Freire, obra capital, publicada em 1891, que se organiza no modelo da história científica do século XIX: exposição do problema seguida da argumentação lastreada em documentos e transcrição integral de fontes primárias; há os registros memorialistas que abordam a história local como motivo para colocar lembranças pessoais centradas na trajetória particular do autor ou da sua família; há ainda as corografias, que remontam ao esquema das obras de Aires de Casal, de Antônio Lisboa ou do sergipano Laudelino Freire : exposição que segue um questionário e descreve fisiografia, atividades produtivas, população, infra-estrutura urbana, etc.
A maioria das obras apóia-se em fontes bibliográficas (% do conjunto das fontes), sem que isso represente um destaque à interpretação ou a injunções teóricas. A apropriação das informações se dá quase sempre de forma pontual, pela simples reprodução de afirmativas que se consagram às vezes pela repetição, sem debate ou sem análise, constituindo-se quase sempre da transcrição de um documento contido na obra referenciada. Seguindo as fontes bibliográficas, aparecem as fontes impressas de modo geral, % (jornais, revistas, textos de leis, etc) após as quais vêm as manuscritas, % (atas, correspondência, cartas de sesmaria, escrituras) ; fotográficas, depoimentos orais, mapas e Atlas, chegando a menos de 1% a ocorrência da fundamentação que se baseia em outras fontes de natureza diversa, tais como epitáfios, pregões, cantigas.
Em torno da historiografia sergipana
Os critérios para a seleção das obras foram construídos a partir da literatura pertinente, mas levaram em conta a história da historiografia sergipana em sua trajetória particular. São poucas as análises historiográficas disponíveis a respeito, remontando, as existentes, à década de setenta. Uma delas é a realizada por José Silvério Fontes que, no texto Levantamento das Fontes Primárias da História de Sergipe[16] propõe uma periodização em quatro fases para a historiografia sergipana : a fase inicial, tendo como marco a obra de Travassos, de 1860, Apontamentos historicos e topographicos sobre a Província de Sergipe[17]; o período do “surto historiográfico”, sob a influência estrangeira recebida pelos estudantes sergipanos na Bahia, no Recife e no Rio de Janeiro (1875-1925); a fase do arrefecimento (1925-1960) e a da retomada, caracterizada pelo lançamento de obras de síntese, pela criação da UFS e pela instituição da cadeira de Introdução à História no curso de História (1960-1970). FONTES procurou distinguir cada uma das fases pelo estudo dos autores , dos temas abordados, dos títulos das obras e das influências recebidas. Destacou o auto-didatismo dos autores, o seu isolamento.Assinalou o papel do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe na historiografia sergipana, colocando esta instituição como o seu centro norteador, referência maior do período do “surto historiográfico”.
Num outro trabalho FONTES analisou oito obras de síntese sobre a História de Sergipe, apresentando o projeto de realização de uma nova História de Sergipe da qual deveria encarregar-se o Departamento de História da UFS, a ser escrita na linha da história econômica e social francesa. Na sua proposta essa história deveria conciliar “ especialização e unidade global”, procurando “definir a singularidade histórica de Sergipe e os diversos tipos de valores que ela fez concretizarem-se.”[18]Essa visão não leva entretanto o historiador FONTES a tratar da história dos municípios. Quem o faz é José Calasans, na Introdução ao estudo da historiografia sergipana. É um trabalho de abordagem temática e cronológica, ainda hoje a análise mais abrangente sobre o conjunto da historiografia sergipana. Tomando Felisbelo Freire como autor fundante, mostra a influência da Escola do Recife na vida intelectual sergipana e distingue os temas predominantemente abordados pelos historiadores : a questão de limites e os vários assuntos da história política. Analisa os livros didáticos, as obras gerais e destaca a abordagem sobre a história dos municípios. CALASANS informa que em 11 de fevereiro de 1917 o Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe (IHGS) nomeou vinte e três consórcios para “escreverem sobre origem da produção, limites e conseqüentes desenvolvimentos de uma cidade ou vila desse Estado com os seus principais acontecimentos.” Os trabalhos que resultaram dessa iniciativa foram publicados na Revista do IHGS, que “recolheu um acervo magnífico de documentos e interpretação histórica, geográfica, cada vez mais útil ao conhecimento da realidade sergipana.”[19] São estudos que enfocam principalmente a cidade de Aracaju, mas outros municípios também foram contemplados ( a exemplo de Itabaiana, Simão Dias, Maruim, Laranjeiras, Própria, Santo Amaro e Riachão do Dantas, trazendo alguns deles interessantes observações sobre este campo dos estudos históricos.
Em produção independente do projeto do IHGS, Vladimir de Souza Carvalho também usou a introdução da sua monografia sobre Itabaiana para traçar um panorama da produção historiográfica sergipana entre 1716 e 1972. Analisou treze obras de síntese sobre a História de Sergipe apontando lacunas e mostrando a necessidade de aprofundamento dos estudos existentes. No que diz respeito às histórias de municípios CARVALHO as caracterizou como um conjunto de “artigos esparsos, livros, monografias de autores vários, abordando temas restritos e isolados”, enquanto examinou obras que tratam de Aracaju (8 estudos), Simão Dias (5), laranjeiras (2), Santo Amaro (3), Maruim, Própria, Campo do Brito, Carira, Frei Paulo, Riachão do Dantas, Tobias Barreto, Santa Luzia e capela ( 1 estudo cada). Com CARVALHO e sua obra Santas Almas de Itabaiana Grande[20] tem-se um primeiro inventário da historiografia dos municípios sergipanos.
Aspectos da análise historiográfica
Desde o projeto pioneiro do IHGS tomou corpo a elaboração de histórias dos municípios sergipanos. A Revista do IHGS e a Revista de Aracaju são os veículos mais freqüentes de divulgação de artigos e monografias nesse campo, que enfocam fatos pontuais da história dos municípios e aspectos da sua cultura. Esses estudos fazem geralmente uma descrição histórico-geográfica, onde são destacados itens sobre a situação geográfica, limites, clima e salubridade e igualmente dados sobre formação, povoamento e ocupação do território, vida político-adminsitrativa e costumes, vultos ilustres, além de observações sobre a população que chegam a destacar traços fisionômicos ou raciais e até sua “vocação”, emprestando-lhe uma identidade distintiva no todo que constitui o universo sergipano.
Além dos trabalhos acima referidos cumpre destacar o que se poderia chamar de “clássicos da historiografia sergipana dos municípios”. Um deles é o Álbum de Sergipe, escrito por Clodomir Silva e publicado pelo Governo do Estado em comemoração ao centenário da Emancipação política, em 1920. É uma obra de teor histórico-geográfico, que dedica a sua primeira parte à história de Sergipe até a Emancipação (1820), a segunda, à descrição física, aos símbolos estaduais e a informações sobre a organização administrativa do Estado e a terceira aos municípios. A abordagem sobre cada um dos 34 municípios existentes à época, escrita segundo o modelo “pergunta-resposta” e enriquecida por farta transcrição de documentos, traz informações sobre aspectos físicos, vias de comunicação, prédios domicilares e públicos, escolas, situação judiciária e eclesiástica, população e vultos ilustres. O livro é ilustrado por 378 reproduções fotográficas que destacam prédios públicos e particulares, cenas da vida urbana, cenários naturais e atividades produtivas. Segue-se a relação de todas as cidades, vilas, povoados e arraiais de Sergipe, além de dados biográficos de sergipanos ilustres e quadros sobre a atividade industrial, exportação, receita e despesa do Estado.
O IBGE é quem patrocina a outra grande obra de referência, o clássico Enciclopédia dos Municípios Brasileiros. O volume XIX destinado a Alagoas e Sergipe foi escrito, na parte referente a este último, por João Oliva Alves, Enéias de O. Figueiredo, Pascoal D´Ávila Maynard e Abdias Batista e Silva, funcionários da Inspetoria Regional de Sergipe. A introdução que trata dos dois estados apresenta Sergipe como historicamente inexpressivo e destaca Alagoas pela figura de Zumbi e pelo quilombo de Palmares, assim como pela participação alagoana na Confederação do Equador. A questão da seca e os projetos federais para a região assim como suas possibilidades de desenvolvimento são destacadas. Já os verbetes sobre os municípios abordam: histórico, aspectos da geografia e da população, aspectos urbanísticos (água, luz elétrica, esgoto, arborização, calçamento, logradouros, prédios públicos e particulares), cifras da alfabetização e das finanças, manifestações religiosas, folclóricas e efemérides, vultos ilustres e quadros da produção agrícola. A parte referente ao histórico do município trata da ocupação do território, da presença indígena, da conquista holandesa, da ação das ordens religiosas, das atividades produtivas e da história administrativa e judiciária. Há ainda referências ao cangaço, aos costumes, à indústria e ao comércio e a acontecimentos da vida política.Cada verbete é enriquecido por ilustrações que mostram cenas do cotidiano e aspectos da paisagem urbana. A abordagem sobre os 61 municípios então existentes (1959) baseia-se em fontes bibliográficas, na legislação, citando autores como Varnhagen, Felisbello Freire, Cândido Mendes e Clodomir Silva, além de estudos sobre a questão de limites (Carvalho Lima Júnior) e as obras do antropólogo sergipano Felte Bezerra.
A Enciclopédia dos Municípios fundamenta a maioria dos trabalhos posteriores sobre os municípios. Constitui uma espécie de base para trabalhos acadêmicos e não-acadêmicos e traz dados que permanecem ainda como insuperados ou únicos, no caso de municípios pouco estudados.
Além dessas obras consideradas “clássicas”, uma tentativa de ordenar o conjunto dos trabalhos que constituem o levantamento poderia agrupa-los em: registros memorialistas, estudos de geografia e evolução urbana, trabalhos de informações gerais, estudos sobre o patrimônio arquitetônico, inventários, estudos de folclore, informes publicitários e um aglomerado múltiplo e variado que poderia entrar na denominação de “outros”. Desses, os mais numerosos e mais representativos correspondem aos quatro primeiros tipos aqui enumerados.
Em “registros memorialistas” incluem-se autobiografias, diários, memórias, geralmente escritos em forma de crônica, demonstrando a intenção de contribuir para a narrativa histórica. Revelam preocupação com a veracidade do que afirmam. Escritos dessa natureza fornecem ricas informações sobre o cotidiano e sobre a vida social das diversas localidades, escapando, às vezes, da abordagem predominantemente política. Eles trazem a essa historiografia temas fundamentais para a compreensão da vida de homens e mulheres comuns, quase sempre ausentes das obras de história. Além disso, os registros memorialistas abordam o processo histórico em vários níveis de apreensão (espacial, temporal, temático), fornecendo do município retratos coloridos e multifacetados : tratam-no ora em sua amplitude espacial total, ora enquanto sede municipal, praça ou rua; informam sobre práticas sociais de toda a comunidade ou transformam uma atitude pessoal num microcosmo que retrata toda a realidade. Esse é, portanto, em suas características próprias, um material privilegiado para os estudos históricos sobre os municípios.
Correspondem ao segundo tipo os estudos de Geografia e evolução urbana. São diversos igualmente, e vão desde as corografias aos planos urbanísticos, passando pelos estudos de paisagens e chegando às análises específicas sobre a evolução urbana. Deles consta sempre um capítulo ou parte dedicada ao “ histórico” . As corografias correspondem a sínteses que apresentam informações sobre a situação geográfica, numa abordagem que evolui para o físico-político : enfeixam dados que colocam no “ cenário” a história da conquista, a divisão judiciária e administrativa de Sergipe. Os textos aparecem sob a forma de “questionário-resposta”, ou seja, a narração é semelhante ao preenchimento de um questionário que segue uma certa ordem , na qual o “ histórico” é sempre o primeiro e geralmente o mais denso. (*)
Os estudos sobre evolução urbana têm como objeto preferencial a cidade de Aracaju. Essa cidade, primeira capital planejada do país, construída sobre o aterro de mangues e charcos em 1855, constitui um foco atrativo de estudos e análises dadas as suas características peculiares. A “mudança da capital” é um dos marcos da periodização da história de Sergipe, tido como fato que anuncia a inauguração da modernidade. Trabalhos de historiadores, geógrafos fundamentam obras que investem contra o determinismo geográfico, estudam a teoria de Pierre Lavedan quanto à classificação das cidades como “ espontâneas” ou “ criadas” e procuram estabelecer as fases da evolução urbana de Aracaju. (*) O impulso de crescimento da cidade a partir da década de setenta do século XX gerou trabalhos de cunho acadêmico, até mesmo dissertações e teses, preocupadas em analisar a problemática do crescimento urbano da capital. Estudos sobre o processo de centralização econômico-administrativa da cidade, da metropolização, análises da estrutura espacial de Aracaju e das suas transformações (*), são sempre informadas também por uma abordagem da história da cidade.
Já os trabalhos sobre o patrimônio arquitetônico constituem outro grupo importante e geralmente trazem, ao lado do levantamento de bens tombados ou considerados significativos, informações quanto à sua história e descrição dos aspectos arquitetônicos. Por vezes a abordagem sobre os monumentos em todo o Estado gera pequenas sínteses sobre a história dos municípios onde eles estão localizados.(*) Geralmente bem ilustrados, levam por vezes a teorias sobre imagem e representação. (*)
As obras de caráter geral, embora não tenham os municípios como foco, trazem abordagens que se tornam específicas na tentativa de traçar o conjunto (Sergipe) a partir das unidades (os municípios). Apresentando-se sob forma descritiva ou interpretativa, destacam-se pela riqueza de informações. As primeiras, tendo como centro a presença da Igreja ou do Estado, trazem dados sobre localização, população, formação jurídico-política e administrativa e economia. Vilas e cidades aparecem então, com informações que às vezes sugerem o uso de entrevistas e depoimentos. (*) As segundas, produzidas por historiadores stricto sensu trazem quadro teórico e metodologia definidos e estudam o surgimento e o crescimento de vilas e cidades como resultado do desenvolvimento econômico, tendo sempre como referência explicativa a situação de dependência de Sergipe em relação à Bahia. (*)
As interpretações
O universo da historiografia que enfoca temas específicos relativos aos municípios é amplo e diversificado. Predomina a abordagem dos aspectos da vida política e social, mas a estes seguem a economia, a religiosidade, a geografia, as mentalidades, os costumes e a vida cultural, sendo ainda objeto de atenção a lúdica, os aspectos urbanos, a genealogia e a arte. É um conjunto desigual quanto ao nível de aprofundamento e dele pelo menos 50% exprime uma tese, ou seja, neles a narrativa se desenvolve com vistas a explicar determinada posição. Assim, os trabalhos sobre Aracaju procuram distinguir o papel de certas personalidades que atuaram na fundação da cidade. Tendem, igualmente, a definir as causas da transferência da capital ou a identificar a sua vocação como cidade. Já Itabaiana tem trabalhos que procuram caracteriza-la na sua função econômica e na natureza da sua sociedade. Nossa Senhora do Socorro, hoje absorvida na área metropolitana de Aracaju, tem o seu problema de identidade analisado; Própria, é vista pelos conceitos de “evolução” e “decadência”. Simão Dias, Capela e Lagarto têm as controvérsias sobre suas origens averiguadas e discutidas.
Como se viu, os autores dessa bibliografia distribuem-se entre aqueles que tiveram alguma formação acadêmica (entre os quais os historiadores de ofício) e os auto-didatas de todas as profissões. Por isso a análise do referencial teórico constitui uma das questões mais complexas. Nem sempre o quadro teórico fica expresso claramente, mas prepondera a abordagem positivista, nos moldes do fazer histórico do século XIX. O caráter descritivo dos enfoques, a atenção centrada no político e a busca de heróis evidencia tal postura. Os estudos que explicitam a orientação teórico-metodológica têm como marca principal a heterogeneidade, com os autores lançando mão de aportes que vão do providencialismo ao determinismo mesológico, passando pelas teses cientificistas. Os trabalhos mais recentes fundamentam-se principalmente, em vertentes do Materialismo Histórico, ou influenciados pela teoria da dependência e do subdesenvolvimento. Mas deve-se ressaltar que o Materialismo é utilizado quase sempre de forma instrumental, ou seja, os autores limitam-se ao uso de categorias da análise marxista numa perspectiva linear e descritiva da história, preservando a ênfase na base empírica.
Apenas no caso dos trabalhos acadêmicos aparecem as novas tendências da historiografia. São estudos sobre religiosidade, manifestações culturais, cotidiano, cangaço, entre outros, que utilizam teses de Bordieu, Volvelle, Bakhtine, Da Matta, Burke, Chandler, Desan , Bretas, Thompson, Le Goff, entre outros.
Banco de dados “histórias dos municípios sergipanos”
Este instrumento surgiu da necessidade de informatizar os dados do trabalho, motivada pelas solicitações constantes de pesquisadores quanto às informações acumuladas no desenvolvimento do projeto. A consulta ao Banco permite gerar relatórios contendo : listas de obras sobre os municípios, resumos de assunto, listas de autores, localização de obras nos acervos pesquisados e marco temporal. O Banco dispõe de informações sobre 460 fontes historiográficas de natureza variada, correspondendo ao acervo inventariado em 15 bibliotecas, além do conjunto de obras levantadas em bibliografias particulares. Alocado na home-page da Universidade Federal de Sergipe página do Departamento de História, pode se acessado pelo endereço (*).
Chegando a conclusões
No universo variado da historiografia dos municípios tal como foi concebida nesse trabalho, ensaiar conclusões foi um exercício difícil. A quase ausência de modelos e o desprezo votado à historiografia municipal exigiu a criação de uma análise pautada na flexibilização de conceitos e definições, transitando por outras áreas de conhecimento que não a História, num entendimento suficientemente lato daquilo que contribui para o conhecimento da trajetória histórica das cidades e municípios sergipanos.
O conhecimento do conjunto de XX obras leva a algumas conclusões que desmontam opiniões correntes. A primeira delas diz respeito às características dessa historiografia: não mais um acervo de “feição geográfica” como afirma José Calasans, ou ainda um conjunto de “artigos esparsos, livros, monografias abordando temas restritos e isolados”, como a caracteriza Vladimir Carvalho. Trata-se na verdade de uma rica produção que contempla autores, teorias, gêneros e temáticas tão variadas quanto as que predominam na historiografia em geral.
Por outro lado, constatou-se que apesar da ênfase sobre Aracaju os estudos não se limitam à abordagem sobre a capital ou sobre São Cristóvão e Laranjeiras. Dos 74 municípios, 69 (*) foram alvo de trabalhos específicos ou estão contemplados nas obras gerais sobre o Estado.
Diferentemente do que aparenta, no conjunto essa historiografia não privilegia preponderantemente o político mas o social, embora a abordagem seja sempre descritiva. Porém as histórias municipais apresentam algumas características comuns à historiografia sergipana: a obra de Felisbello Freire é o modelo ou fonte principal; permanece a carência de abordagens sobre os séculos XVII e XVIII; o autodidatismo ou o ensaísmo metodológico são a tônica; são ainda raros os estudos sobre a contemporaneidade e tímida a relação entre história local e história geral (município/Sergipe/Brasil).
A importância do IHGS e de instituições e órgãos que lidam com análise estatística deve ser ressaltada na produção da historiografia dos municípios, de tal modo que os trabalhos realizados no seio da Universidade, embora em número crescente, ainda não superaram a contribuição daquelas instituições.
Uma última observação cabe relativamente à importância estratégica do conhecimento do conjunto inventariado. Produzidas a partir da memória de famílias das classes dominantes, essas obras têm na interpretação das identidades locais o tom e a marca daquelas famílias que expressam, por isso mesmo, seus interesses ou pontos de vista. Esses grupos hegemônicos, em luta, procuram, através do discurso historiográfico, legitimar suas ações pelos trabalhos de historiadores que transformam a memória familiar em história das sociedades.
Para citar este texto
OLIVA, Terezinha Alves de, FREITAS, Itamar, MORAIS JÚNIOR, Péricles, SANTOS, Elissandra Silva. Historiografia das cidades sergipanas. In: Seminário de História da Cidade e do Urbanismo. 6. 2000, Natal. Trabalhos publicados. Natal: Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo, 2000. 1 CD-ROM.
Notas
[1] Ser “significativo”, neste caso, é abordar temas específicos ou interrelacionados a um ou mais municípios, de modo a identificá-los.
[2] Constitui esse Inventário uma reunião de todas as obras fichadas, com entrada por autor em ordem alfabética, contendo referência bibliográfica completa, resumo da obra e identificação do acervo a que pertence.
[3] Os itens foram : quadro teórico, fontes, limite temporal.
[4] Por “estatuto epistemológico” entenda-se a definição da obra pelo próprio autor como sendo ou não “de História”. Quanto à temática, política, arte, religião, etc, constituíram classificações.
[5] Cf. ANPUH, Revista de História, São Paulo, 1951, v. III, n.7, p.3; ib. 1954, v. IX, n.20, p..333; ib. 1955, v.X, n. 20-21,p.3; ib. 1953, v.XIII, n.27, p. 81.
[6] RODRIGUES, J. H. Historiografía Del Brasil, siglo XVI. México: Instituto Panamericano de Geografía e Historia, 1957 apud KOONTZE, R. Revista de História, São Paulo, n. 43, jul/set. 1960, p.258-260..
[7] RODRIGUES, J. H. História da História do Brasil. São Paulo: Companhia Editora Nacional,/MEC, 1979, p.
[8] JOSE, Oiliam. Historiografia Mineira. Belo Horizonte: Imprensa Oficial, 1987, p.23.
[9] LAPA , J. R. do ª. A História em questão : historiografia brasileira contemporânea. Petrópolis, Vozes, 1976, p. 15 (grifos do autor).
[10] TORRES, LH. O conceito de História e Historiografia.Biblos, Rio Grande, n. 8, 1996, p.56.
[11] FICO, C. ;POLITO, R. História no Brasil (1980-1989): elementos para uma avaliação historiográfica.Ouro Preto:UFOP, 1992.
[12] RODRIGUES, J. H. História da História do Brasil.São Paulo: Companhia Editora Nacional/MEC, 1979, p. XVII.
[13] A autora considera “tanto obras que foram escritas visando o conhecimento da História, como aquelas que, sem empreender investigações originais, utilizam-se desse conhecimento para explicar a evolução de uma determinada formação social...” JANOTTI, M.L.M. IN SILVA, M. A. (Coord.) A República em Migalhas: história regional e local.São Paulo:Marco Zero/CNPQ, 1990, p.81.
[14] FALCON, F.J.C; O Rio de Janeiro como objeto historiográfico. Revista Brasileira de História, São Paulo, v.15, n.30, 1995, p. 70.
[15] SANTOS, Adelci Figueiredo e ANDRADE, José Augusto (Coord.) Delimitação e regionalização do Brasil semi-árido : Sergipe. Aracaju, UFS, 1992, p. 54.
[16] FONTES, J.S.L. Levantamento das Fontes Primárias da História de Sergipe. Cadernos da UFS. Aracaju, 1, 1972.
[17] A obra trata da política, economia e sociade sergipanas no período de 1590 a 1860.
[18] FONTES, J.S.L. Um projeto para a História de Sergipe.Momento : revista cultural da Gazeta de Sergipe. Aracaju:2, mar.1976,p.13.
[19] CALASANS, José. O desenvolvimento cultural de Sergipe na primeira metade do século XX, 1965.
[20] CARVALHO, V. S. Santas Almas de Itabaiana Grande. Itabaiana: O Serrano, 1973.